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98 páginas | poesia 

Penalux, 2020

A palavra se coloca como matéria-prima, mas sobretudo como meio de produção em "Livro dos Interiores" – o espantoso début de Yasmin Bidim na literatura. Isso implica dizer que a magia mora no modo de operação poética da linguagem: “a palavra se eleva no ar/ e vai durar/ não vai ter fim”. "Livro dos interiores" invoca diversos intercessores – Deleuze ficaria orgulhoso – em sua construção textual: Bergson, P.J. Harvey, colagens, Drummond, Matilde Campillo, Sloterdjik, Caetano Veloso, intertextualidade, Fernando Pessoa, Marília Garcia, hibridismo, Foucault mas também Zulmira, Leninha, Melina, Dona Veridiana. O referencial teórico não como muleta virtuosística, mas como estrutura vital de trabalho, como se a poesia atualizasse e renovasse a herança universal recebida. Melhor dizendo, Yasmin faz parecer simples a movimentação arriscada de códigos, camadas, procedimentos e subjetividades, a poeta realiza uma costura irretocável que não se deixa entrever fio algum à mostra. [...] Em síntese: estamos diante de uma artista do nosso tempo (e de um livro potentíssimo) – das mais relevantes. [Por Alex Queli Tomé]

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